sexta-feira, 29 de maio de 2015

Dança da XIBA uma das principais tradições do povo caiçara


XIBA (chiba). Ritmo que sustenta uma dança popular. Segundo o especialista Silvio Romero, em “Cantos Populares do Brasil”, é sinônimo de samba no Norte e de cateretê no Sul, reunindo damas e cavalheiros para dançar e cantar. Para outro estudioso, Guilherme Melo (“A música no Brasi), a chiba “é uma dança de roça, ao ar livre”, marcada pelo violão, viola de arame, pratos, pandeiros e cavaquinho, cantada e sapateada. Renato Almeida (“História da Música Brasileira”, p. 161), considera a Xiba uma dança de quadrilha rural, no Estado do Rio de Janeiro. No litoral norte de São Paulo, a Biblioteca de Ritmos filmou uma demonstração desta dança. O cantador saudou os presentes e apresentou-se: “Eu não sou mal-educado; eu aqui sou da viola…”.

Dados sobre Xiba

A Família Matsuoka - Os primeiros agricultores de Ubatuba


Era julho de 1959 quando a
família Matsuoka chegou a
Ubatuba. Mitsuo Matsuoka
estava endividado e completamente desolado com o clima de Atibaia após ver suas
plantações de verduras e legumes totalmente devastadas
por uma chuva de granizo;
decidido, optou em mudar-se
com toda a sua família, vindo
para terras caiçaras.
Primeiramente arrendou alguns alqueires de terras às
margens da rodovia Oswaldo
Cruz, adquirindo-as posteriormente; estabelecia-se assim o
sítio Santa Cruz, no bairro do
Mato Dentro. No local não
havia absolutamente nada,
mas com muito esforço o Sr.
Mitsuo e filhos erigiram uma
casa de barro, refugio do casal e seus onze filhos.
Mary Matsuoka, a filha mais
nova do casal, não havia nascido ainda nessa época, mas
recontar a história de sua família muito lhe orgulha.
No princípio iniciaram o cultivo de subsistência, dedicando-se ao plantio de tomate,
pepino, berinjela, pimentão,
vagem, chicória, couve,
salsinha, cebolinha entre outros. Como o consumo da família era inferior à produção,
Dona Haruko, matriarca dos
Matsuokas em Ubatuba e um
de seus filhos Jorge, saiam
todas as manhãs com os produtos acomodados em uma
carreta pequena puxada por
um trator, vendendo de porta
em porta pela cidade.
Não foram tempos fáceis, os
caiçaras estavam habituados a
consumirem apenas peixe, farinha e mandioca, e a estrutura da cidade não era das melhores: as ruas e estradas eram
precárias e não havia energia
elétrica. A única escola era o
colégio Dr Esteves da Silva e
o único ‘médico’ da cidade era
o “Seu Filhinho da Farmácia”.
Em meio a tantas dificuldades, abriram uma quitanda na
cidade para vender a princí-
pio somente o que plantavam.
A primeira quitanda ocupava
apenas um cômodo de uma
construção localizada na época na rua Maria Alves em
frente aonde atualmente funciona a agência do Banco
Bradesco. Depois chegaram a
mudar a quitanda para outro
lugar um pouco maior ainda
no centro
Diante da procura cada vez
maior por produtos que não
cultivavam, e em função da
melhora nas condições das
estradas, o pai de Mary come-
çou a buscar frutas e outros
legumes em São Paulo para
atender à demanda crescente
e também passou a vender no
Ceasa excedente dos produtos
que cultivava.
Alguns anos depois, com o
aumento da clientela e das
vendas, a família estabeleceu
o seu comércio novamente na
rua Dona Maria Alves, o conhecido ‘Mercatuba’, onde
hoje encontra-se instalado a
agência do Banco Itaú.
Assim os anos se passaram
e a família Matsuoka trabalhou muito, vendeu muito, fez
muitos amigos e também fez
parte do crescimento, do progresso e da história de
Ubatuba.


Por : Jornal A Cidade. - Parte integrante do caderno Especial comemorativo aos 377 anos de Ubatuba
Foto  : Casal Matsuoka - (Arquivo familiar)